sábado, 5 de fevereiro de 2011

É tempo de fazer manutenção ao material

   O mês de Janeiro já passou. Com ele passou também a melhor altura para curar as colmeias contra a varroa e para as mudar de sítio (apiário). O tojo, cuja floração garantiu fornecimento de polen às abelhas durante Dezembro e Janeiro, também entrou em declínio.
   Mas Janeiro trouxe-nos mais uma hora de Sol em cada dia e preparou muitas plantas que agora entram  em floração, permitindo o arranque das colmeias para atigirem o seu auge na Primavera. São exemplo disso a erva azeda ou erva canária, as faveiras, as amendoeiras, os saramagos e tantas outras.

Abelha na flor da erva azeda

Abelha na flor da erva azeda
Abelha na flor da faveira

Abelha na flor da faveira












Amendoeira em flor


Campo com erva azeda ou erva canária
em floração











   
     Para mim é hora de deixar as abelhas sossegadas por uns dias e tratar da manutenção do material. Nesta tarefa tenho a preciosa ajuda do meu sogro, que gosta de fazer trabalhos de carpintaria, pintura, etc... Nos últimos anos tem sido ele a fazer praticamente todos os quadros, estrados, núcleos e reparações. Este ano não vai fugir à regra; vamos aproveitar para reparar e transformar algumas colmeias que fiz à mais de 20 anos em colmeias Lusitanas.
   Iniciei-me na apicultura com cortiços do meu avô paterno; só mais tarde comecei com as colmeias de madeira. Fiz as minhas primeiras colmeias, com uma dimensão que é muito comum na zona de Santa Susana, Pego do Altar; em termos de secção têm 43cm x 43cm e em altura têm 28cm, ficando esta dimensão entre a colmeia Reversível (mais pequena) e a colmeia Lusitana (maior). Foi um erro que cometi quando optei por uma dimensão não standardizada.
   Algumas colmeias têm a parte que assenta no estrada já podre. Vamos remover a parte podre até encontrar madeira sã e depois aplicar acrescentes novos por forma a que a altura da colmeia (ninho) fique com 31cm que é a dimensão do ninho da colmeia Lusitana. Vou fixar os acrescentes com parafusos. Não vou colocar qualquer tipo de cola, uma vez que já tive muito más experiências com colas para madeira aplicadas em colmeias; libertam vapores tóxicos que matam as abelhas.

 
Pedaços de madeira podre retirados
da altura da colmeia (ninho)

Acrescentes de madeira nova prontos
para serem fixos à colmeia (ninho)












Colmeia (ninho) com os parafusos
para fixar os acrescentes
Aqui mostro o tipo de parafuso que vou utilizar para fazer a fixação. Depois é só pintar e fica pronta para receber um enxame.
Obrigado por consultar o meu blog.

4 comentários:

  1. As minhas saudações apícolas!
    As madeiras da parte inferior dos ninhos são as zonas que mais apodrecem, porque a humidade que se produz dentro da colmeia escorre ao longo das paredes e aí se acumula. Não sei se a pintura exterior não agrava isto, porque impede esta humidade de atravessar a madeira até ao exterior e evaporar. A tinta impermeabiliza da chuva, mas impede a saída da humidade do interior. Já li em qualquer lado a ideia de ou não pintar as colmeias ( não sei se assim duravam muito ) ou de as pintar por dentro e por fora ( não me agrada pôr tinta dentro das colmeias ). Vendem-se também colmeias parafinadas nas duas faces (muito comuns em Espanha), mas por cá não é usual. O que fiz esta ano, pela primeira vez, foi depois das colmeias pintadas por fora e a tinta bem seca, foram pintadas por dentro com cera de opérculos derretida em banho maria em que a água foi substituida por óleo alimentar para a cera atingir uma temperatura mais elevada e ficar mais fluida. Depois de aplicada uma camada uniforme, passei muito levemente com o maçarico para voltar a derreter a cera e entranhar melhor na madeira. Vamos ver como funciona.
    No sítio dos pregos é onde começa a apodrecer. Em vez de parafusos, corto os quatro lados com alturas desiguais, de modo a prender as tábuas novas às velhas com malhetes. Encaixo também as tábuas novas ente si com malhetes em cauda de andorinha e uno com cola de madeira de boa qualidade (uso UHU e tenho-me dado bem). Antes de cortar as tábuas novas convém ver a direcção do veio da madeira e o lado do cerne para ter ideia de como irá empenar, para se poder compensar com o malhete e impedir que abra para fora.
    Bom trabalho.Um abraço.
    Abelhasah.

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  2. Obrigado pelo seu comentário. De facto apresenta aqui o problema do apodrecimento da madeira das colmeias, por uma razão que ainda não me tinha lembrado. Sempre associei o apodrecimento das madeiras à humidade de fora mas nunca à humidade que se regista dentro das colmeias e que nas minhas é significativo. Na forma como apresenta o problema faz tanto sentido pintar por fora como impregnar por dentro com cera derretida ou mesmo parafina. Obrigado pela sua sugestão. Eu até gostava de pôr em prática todos estes conceitos, o difícil é arranjar tempo para tudo.

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  3. Já ouvi de um carpinteiro, e acredito, que a madeira mergulhada durante minutos em óleo quente resiste muito mais aos elementos que a madeira pintada!
    As minhas alças são quase todas pintadas, e contra mim falo, mas acho que pintar é pior solução que o banho de óleo, precisamente por esse problema de não deixar respirar. O problema de banhar as alças em óleo é relativo, tem que se ter um recipiente onde dê para o fazer e os gastos em aquecer o óleo.
    Incluir cera na mistura é bom porque torna a madeira ainda mais impermeavel!
    O que me parece é que pinta-las com esse tipo de mistura não será tão eficaz como mergulha-las no banho a ferver durante alguns minutos, aí a cera e o óleo, que pode até ser óleo de linhaça crú, entranha-se mesmo na madeira!

    "Antes de cortar as tábuas novas convém ver a direcção do veio da madeira e o lado do cerne para ter ideia de como irá empenar, para se poder compensar com o malhete e impedir que abra para fora"
    É nestes pormenores que se vêem os verdadeiros artistas! :)
    Eu até agora as alças com malhetes cauda de andorinha que fiz são do piorio para empenar!!
    Cumprimentos
    Ricardo

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  4. Espero que tenha bons resultados!

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