domingo, 29 de novembro de 2015

2015 - um ano, duas primaveras.

    Não quero dar o braço a torcer sobre as alterações climáticas e em conversas lá vou dizendo que as estevas e o rosmaninho continuam a florir em abril, mas é evidente que o clima está diferente e nem é preciso recuar muito para verificar essa diferença. Lembro-me que à 35 anos atrás, durante o mês de novembro e dezembro, quando ia de manhã para a escola, era quase sempre de guarda chuva em punho. Este ano a sul do Tejo, desde outubro que não vemos uma nuvem no céu e segundo o IPMA até ao Natal também não vamos ver. As temperaturas aqui em Setúbal estão a chegar ao patamar entre os 20ºC e os 25ºC; dá para andar em mangas de camisa sem qualquer problema. Ora o que é isto senão uma primavera? (infelizmente seca).
   A verificação foi feita hoje. Dando sequência a uma prática que tenho adotado nos últimos anos, aproveitando a redução de cria nas colmeias no mês de dezembro, tenho feito uma cura contra contra a varroa. Normalmente encontro os enxames com pouca atividade, em cacho e um, dois, no máximo três quadros com criação. Hoje ao curar as colmeias do Alentejo, para minha surpresa encontrei os enxames a armazenar nectar, a puxar cera, colmeias com oito quadros de criação, muitos zangãos e muita criação de zangão e no final da manhã o frenesim era igual ao que se vive na primavera. Os campos estão floridos, a gozar da chuva que caiu em outubro. Ficam algumas imagens:

Apiário de Vendas Novas - colmeias com a entrada repleta de
abelhas ao final da manhã de 29 Nov 2015.

Cortiço com exame a trabalhar com afinco.

Cortiço com grande azáfama de abelhas na entrada
Entrada de cortiço - abelhas a chegar carregadas de polen.
    Aqui em Setúbal, o panorama é idêntico. A Serra da Arrábida está toda coberta de alecrim e medronheiros em flor. Os enxames estão desenvolver rapidamente. Ficam imagens de abelhas a trabalhar no alecrim e nos medronheiros.
Alecrim em flor.


Abelha a recolher néctar do alecrim em flor.

Alecrim em flor na Serra da Arrábida.


Abelha a trabalhar no alecrim.
Medronheiro em flor na Serra da Arrábida.

Medronheiro em flor - Serra da Arrábida.
Por agora as colmeias estão extremamente fortes e a prosperar, com esta primavera de novembro. Vamos a ver se não pagamos isto com a morte de muitos enxames por falta de reservas. É que a falta de chuva pode causar a falta de néctar e pólen, mas as colmeias estão cheias de criação que pede muito alimento. Vamos ver. Esperemos que São Pedro nos traga alguma chuva em dezembro; afinal o pessoal de meteorologia engana-se muita vez.
Obrigado e volte sempre. 

domingo, 1 de novembro de 2015

Maio pecador: seco, quente e ventoso.

     Em termos apícolas 2015 está mesmo a terminar, só me falta fazer uma última inspecção para avaliar como estão os enxames em termos de varroa e derreter a cera da cresta e dos quadros velhos. 
       Para a minha apicultura está a ser um ano extremos: por um lado foi excelente em termos de produção e apanha de enxames; não houve colmeia nem núcleo que com um mínimo cheiro a própolis que não tivesse apanhado um enxame. Como aspecto negativo, tenho a salientar a fraca produção de mel, que por ser tão fraca originou um outro extremo positivo: o preço do mel. Este ano vendeu-se mel a granel a preços que à dois, três anos atrás, eram impensáveis.

      A cresta de 2015, apesar de ter 50 colmeias para produção de mel, foi uma das menos trabalhosas de que me lembro. A maior parte das alças só tinha cera seca e em muitos quadros novos nem lhe tocaram. As razões resumem-se numa só frase: maio teve os 3 pecados para a apicultura, foi seco, quente e ventoso. Logo na primeira semana de maio foram atingidas temperaturas na casa dos 34ºC. Foi o suficiente para que as abelhas parassem com a recolha de néctar e não mais regressaram ao trabalho. Terminou ali a produção de mel.
Ficam as imagens do apiário de Vendas Novas.


Apiário de Vendas Novas antes da cresta.

Apiário de Vendas Novas - vista de pormenor.


A melhor alça de 2015

A melhor alça de 2015 - vista de pormenor.

Apiário de Vendas Novas depois da cresta de 2015.
Deixo agora algumas imagens que fui registando ao longo do ano.

Em primeiro lugar ficam várias imagens de abelhas nas flores de tília. São imagens colhidas em agosto na avenida Luísa Tody, no centro de Setúbal.
Abelhas nas flores de tília.
Muitas abelhas nas flores de tília.

Pormenor de uma abelha a recolher néctar numa flor de tília.

Em segundo lugar apresento algumas imagens da Zimbramel.
Zimbramel vista geral
Zimbramel - o que por ali se vende
Zimbramel - o que por ali se vende
Zimbramel- stand a publicitar alimento de inverno
Zimbramel - publicidade a uma exploração de figos de pita

Zimbramel - venda de figos de pita.

Zimbramel - figos de pita para prova
Por último mais duas imagens colhidas na Zimbramel, no stand da Apiset, que deixam qualquer apicultor "roído de inveja". Perante estas imagens ponho-me a pensar da seguinte forma:
- isto é só para a foto... Hum!!!?? isto dá trabalho. Não compensa, por isso deve mesmo ser verdade.
- isto são abelhas de outra raça qualquer que desconheço. Mas à 30 anos com abelhas, nunca apanhei um enxame com estas características. Tenho tido azar ou se calhar não é das abelhas.
- é do maneio. Mas eu já tenho tido colmeias com criação nos 10 quadros do ninho, na 1ª e na 2ª alça e ás vezes na 3ª e nunca tive de continuar a pôr alças; ou enxameiam, ou pára o fluxo de néctar ou o calor aperta e elas param.
- é do sítio do apiário. Para conseguir isto tem de haver néctar a entrar todo a primavera, de março  a junho.
Em resumo, acabo por concluir que não tenho tempo para andar todas as semanas a vigiar as colmeias para evitar que enxameiem e que desconheço um local onde haja tanta abundância de nectár. Por último para me convencer, em jeito de fábula, digo para mim mesmo - o mel desta colmeias é amargo, ninguém o quer.

O sonho de qualquer apicultor no planeta Terra.

O sonho de todos os apicultores no planeta Terra - outra miragem
E pronto por hoje é tudo. Espero que goste e que volte sempre.
Gostaria ainda de deixar um desafio sobre as duas últimas imagens, que não é mais do que saber, o que é que para vós é mais importante para obter colmeias com 8 alças.
Obrigado.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

A sul temos vento nos salgueiros

   A sul do Tejo, os apicultores pedem a São Pedro uma semanita de chuva. Na verdade este 2015 tem vindo seco, frio e ventoso. O vento tem soprado forte, frio e quase de forma continua. Está a ficar tudo seco e as abelhas demoram em arrancar.
  Numa destas tardes decidi ir ao campo ver como estão os salgueiros. Já estão floridos e com muita abelha a recolher polen. Ficam as imagens.
Salgueiro em flor

Salgueiro em flor

Salgueiro em flor
   O meu deambular pelos campos levou-me a uma barragem que para mim foi palco de grandes pescarias às carpas. Foi nesta barragem que apanhei a maior carpa que pesquei até hoje, com 3Kg. A barragem está cheia e em redor existem salgueiros em flor por todo o lado.

Barragem da Defesa Grande. Ao fundo grandes salgueiros.

Barragem da Defesa Grande. Nas margens grandes salgueiros.

Salgueiros na margem da barragem.

Aspecto geral da barragem da Defesa Grande

Muro térreo da barragem também coberto de salgueiros em flor.
Diz-se por ali que nesta zona, junto ao muro, a profundidade
chega aos 20m. 

Queda de água que se escapa pelo ladrão da barragem.
 Voltando à apicultura...
 Porque a procura de enxames é muita, este ano decidi fazer desdobramentos o mais cedo possível. Estou para isso a alimentar alguns núcleos desde janeiro, para que estejam prontos para desdobrar, agora no início de março. Estou a alimentar com xarope de açúcar + Apimida. Estão extremamente fortes e assim que o tempo aqueça mais um pouco vou fazer os desdobramentos.


Núcleos com alça e alimentador no topo.

5 núcleos com alça e alimentador no topo.
E pronto por hoje é tudo. 
Volte sempre.