sábado, 2 de julho de 2022

Cresta 2022

 Estou em plena cresta de 2022 e neste momento já posso afirmar que, relativamente à quantidade de mel, 2022 é muito mau. Ainda mais fraco que 2021; só comparável a 2005 pelas piores razões. Estou com uma média de 4Kg por meia alça. 

A principal razão que encontro para tão pouco mel, foi a falta de chuva na durante o mês de maio, em especial durante a 1ª quinzena. Durante o mês de abril ainda choveu razoavelmente, o suficiente para que o rosmaninho produzisse algum néctar. É desta planta o mel que tenho retirado, em particular dos enxames que arrancaram mais cedo e que por altura da floração do rosmaninho, tinham abelhas suficientes para armazenar o néctar disponível. As colmeias que arrancaram mais tarde e que costumam armazenar néctar dos cardos e da soagem, este ano não fizeram nada. As plantas não deram néctar praticamente nenhum por falta de humidade no solo.

Resta-me esperar e ter esperança que 2023 será um bom ano à semelhança do que aconteceu em 2006.

Ficam as imagens de uma das melhores colmeias.

 

Uma das melhores colmeias de 2022

Uma das melhores colmeias de 2022 - meia alça


Uma das melhores colmeias de 2022 - quadro de mel operculado

Mas nem tudo é mau. Surpreendentemente as colmeias estão razoavelmente compostas de abelhas.
Noutros anos por esta altura a varroa já estava a fazer estragos sérios e as colmeias estavam já à beira do colapso. Este ano não. 

Uma das melhores colmeias de 2022 - razoável quantidade abelhas 

Por outro lado há aspetos que continuam inalteráveis e sem dúvida a qualidade do mel é um deles.
Mais uma vez o mel que estou a extrair é excelente. Um mel saboroso e suave.

Deixo ainda a imagem de uma ideia que alguém teve e que nestes dias, apesar de não garantir tudo, pelo menos garante que foi feito pelas abelhas. Num hotel em que estive recentemente, no serviço de pequeno almoço o mel disponível era apresentado ainda no quadro.

Mel apresentado em favo ainda no quadro em hotel

E pronto, por hoje é tudo. Espero que goste e que volte sempre.

Obrigado.

domingo, 11 de julho de 2021

Cresta de 2021

     Terminou a cresta de 2021. Contrariamente a outros anos, não vos vou mostrar como estavam de mel as primeiras colmeias crestadas, mas sim a última. 

     Foi uma corrida contra relógio em competição com a varroa. Desde meados de maio que já era bem visível o avanço da varroa nas colmeias. Alguns alvéolos com criação de zangão apresentavam já muito carrapato. Era preciso despachar-me. Mal vieram os primeiros calores de junho comecei a crestar. Comecei pelas colmeias que me pareceram mais atacadas. As abelhas ainda estavam a armazenar algum nectar das silvas, dos poejos, dos cardos e dos gaimões. Mas o mais notório era já a falta de abelhas, com muitas colmeias onde toda a população estava remetida a 4, 5 quadros no ninho. Uma ou outra colmeia mais composta com alguns quadros cheios mas de um modo geral quadros com pouco mel.

Ficam as imagens da última colmeia crestada este ano. Uma colmeia que, por exemplo num ano como foi 2020, teria enchido 3 alças; ficou-se pelas duas A colmeia tem uma mestra do ano passado e é resultado de um desdobramento feito a partir de um enxame de grande produção.

Ultima colmeia crestada em 2021


Ultima colmeia crestada em 2021. Pormenor.

Ultima colmeia crestada em 2021. Pormenor dos quadros.

Como se pode verificar trata-se de um enxame com grande propensão para fazer mel. Mesmo num ano como este estava tudo forrado de mel.

     Pode concluir-se que 2021 é um ano - (menos) no que toca á produção de mel. O mês de abril veio frio e com largos períodos de chuva. As abelhas carregavam nectar numa semana de melhor tempo, para logo de seguida  terem de o comer em semana de frio e chuva. Este cenário manteve-se até meados de maio. E passado maio, também passou a rosmaninho e em grande parte a soagem e os cardos pintassilgo.
       Por outro lado, para a varroa deve ter sido um ano que lhe veio a jeito. Foi sempre a evadir as colmeias.
    No final da cresta, que foi ontem, dia 10 de julho de 2021, já tinha perdido 4 enxames para a varroa e mais de uma dezena bem fraquinhos, que só um manejo de reforço com quadros de criação de umas colmeias para outras, em conjunto com o cardo vindima que já começa a florir, poderá salvar.

Torne-se cada vez mais difícil combater a varroa. É preciso gostar-se muito de apicultura para continuar ano após ano e ter disponibilidade para andar sempre a vigiar os enxames.

Depois vem ainda a qualidade do mel que se produz. No panorama atual é preciso uma grande consciência para ver os enxames a definhar em plena primavera e não lhe meter cura contra a varroa que vai por certo contaminar algum mel que possam fazer. É por isto que só como mel das minhas abelhas. Imagino o que vai por aí... por este Portugal a fora.

Não havendo um produto que combata de forma eficaz e prolongada a varroa, vaticino para breve a redução drástica dos apicultores que têm a apicultura como hobby. Não há disponibilidade, nem paciência, para andar sempre em cima das abelhas. Há a família, que não está disposta a abdicar de tanto fim de semana pois o apicultor está sempre em défice para com a varroa.

Por hoje é tudo.
O meu obrigado e volte sempre.











quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Pontapé de saída para o ano apícola de 2021

Ontem, dia 29/12/2020, dei o pontapé de saída no ano apícola de 2021. Foi um dia em família que teve por objetivo ir à localidade de Sonega, a cerca de 15Km de Sines, para adquirir cera moldada. 
Durante vários anos adquiri cera moldada em Grândola, mas o Sr. que moldava abandonou a atividade e eu tive que encontrar no fornecedor. Encontrei-o na localidade de Sonega através do Sr. Fábio Gonçalves, que também molda cera de grande qualidade e que tem vindo a evoluir no processo de moldagem.
      O plano envolvia almoçarmos pelo caminho. À boa maneira portuguesa, sem reserva, fomos entrando em sucessivos restaurantes. Em vários, mesmo estando praticamente vazios, fomos recebendo a resposta de que só atendiam com reserva. Não conseguimos entender. Acabámos por encontrar restaurante já em Sines. Almoçamos no "CAIS da ESTAÇÃO". 
     Comemos uma casca de sapateira com torradas e como prato principal um arroz de ligueirão. Estava tudo 5 estrelas. A quem for para aquelas bandas e se não souber onde comer, recomendo este restaurante. Ficam fotos do cartão.



 Já no caminho de Sines para a Sonega, passámos por Porto Côvo para ver e ouvir o mar em contestação e sentir o cheiro da água salgada. Ficam as imagens.
Mar em Porto Côvo

Mar em Porto Côvo

É sempre espetacular assistir à rebentação das ondas ali no lugar de Porto Côvo.

Já na Sonega ainda tive oportunidade de assistir à moldagem de alguma cera. Na altura estavam a produzir placas para meia alça. Fica a imagem.
Máquina de moldagem de cera em funcionamento

O Sr. Fábio Gonçalves molda cera de grande qualidade a preços bastante convidativos. 
Da  minha parte no total trouxe 25Kg. Levei um bloco de cera limpa de opérculos com 9Kg e os restantes 16Kg foram cera do Sr. Fábio. Paguei 9Kg a 1,60€/Kg pela moldagem e os 16Kg a 10,50€/Kg.
Deixo o contato do Sr. Fábio Gonçalves para quem estiver interessado; 932 788 858

Nas próximas semanas vou começar a estimular as abelhas com alimento liquido e a colocar sobre ninhos, para iniciar os desdobramentos na primeira quinzena de março.

E pronto por hoje é tudo.
Volte sempre.
Obrigado.



sábado, 24 de outubro de 2020

Abelharucos - de bestas a bestiais

    Foi na semana passada que detetei pela primeira vez vespas asiáticas no apiário de Vendas Novas. A primeira que vi, ainda pensei por momentos que fosse uma crabo. Mas não: tórax negro e patas amarelas, não deixaram espaço para dúvidas; era uma velutina (asiática). Estive toda a manhã no apiário a colocar cura contra a varroa e vi seis. Matei duas. 

No caminho de regresso a casa, vim a pensar no problema "vespa velutina". O que fazer? Que opções? Por que razão só agora, em outubro, é que apareceram? Já tinha lido na net sobre a vespa velutina e tinha-me apercebido que os meses mais críticos para os apiários são os de verão: junho, julho, agosto e setembro. Então por que razão só em outubro é que dei por elas no apiário? Cheguei a uma conclusão: foram os abelharucos que as controlaram. Lembrei-me do bando que passou o verão junto ao apiário e que dava a debandada quando eu lá chegava. 

Os abelharucos e as andorinhas foram-se embora na primeira quinzena de setembro. As velutinas deixaram de ter predadores à altura e começaram a prosperar. Passado um mês já as há em quantidade suficiente para que sejam detetáveis. Ainda não são muitas e como está a chegar o tempo mais frio, pode ser que este ano o estrago já não seja muito grande.

E é assim, os abelharucos, aves pelas quais não tinha qualquer consideração, devido ao estrago que provocam nos apiários, passaram a ser aliados desejados; inclusive se algum enxame ficava zanganeiro, a culpa caía sempre nos abelharucos: foram os abelharucos que paparam a mestra, dizia eu. Agora, nesta nova realidade, tornaram-se um aliado dos apicultores e das abelhas contra um mal deveras nefasto. Os abelharucos para mim, passaram de bestas a bestiais. 

Abelharucos

Hoje à tarde voltei ao apiário de Vendas Novas. Fui reduzir as entradas das colmeias. Vi três vespas velutinas e uma crabo. Matei-as todas.

As abelhas estavam a trabalhar bem mas notei-as muito mais agressivas.

Uma vez que vem aí o frio, este ano já não vou tomar nenhuma ação contra as velutinas. Vou esperar que brevemente comecem a hibernar e desta forma desapareçam até ao próximo ano.  De qualquer forma, cá por casa já estamos a consumir água de garrafa e de garrafão, para que em fevereiro de 2021, consiga colocar armadilhas em redor de todo o apiário para apanhar o maior número possível de fundadoras.

Li na net, que uma equipa de uma das nossas universidades, estava a fazer testes com uma ampola para fazer um cavalo de tróia. Alguém sabe se já estão a comercializar? Se sim, onde encomendar?

Por hoje é tudo.

Obrigado e volte sempre.

domingo, 6 de setembro de 2020

Comecei a produzir própolis.

 Estou a diversificar os produtos que extraio das minhas colmeias. Comecei a produzir própolis.

Já lá vão alguns anos em que decidi não voltar a colocar as alças em cima das colmeias, depois da cresta de final de primavera. O que recolhia de mel não compensava a perda enxames para a varroa. E também nunca consegui encontrar solução aceitável para ter as alças à espera que a cura da varroa fizesse o seu trabalho, sem que as alças se enchessem de traça e sem que a florada do cardo chegasse a meio. O dilema foi sempre o de colocar ou não as alças a partir de meados de julho e aproveitar toda a época do cardo vindima, ou tratar contra a varroa e não perder enxames. Nos últimos anos decidi pelo tratamento. Para além disso o mel do cardo cristaliza muito cedo e se vendido a frasco a particulares, trazia sempre algumas desconfianças e nunca me livrei de alguns comentários do tipo: "aquilo parecia mesmo açúcar. Acabámos por deitar fora". Muitas pessoas não sabem que o mel puro, dependendo da flora da qual é feito, pode cristalizar.

O resultado desta prática ao longo dos anos fez-me perceber, que as abelhas estão muito tempo sem produzir nada para quem lhe dá casa e conforto no inverno. Das várias opções possíveis, aquela que me permite conciliar a vida particular com a apicultura é a produção de própolis.

Para iniciar adquiri 15 grelhas e instalei-as na semana passada. Esta semana fui verificar se já tinham feito algum própolis. Tal como mel, também já verifiquei que há abelhas que produzem muito mais que outras.

Ficam algumas imagens.


Colmeia com grelha de recolha de própolis.

Grelha de recolha de propolis. Vista de pormenor.

Ao fim de uma semana como se pode verificar as melhores produtoras têm a grelha praticamente preenchida de própolis.

Colmeia com grelha de recolha de própolis. Outra.

Como se pode verificar esta colmeia, numa semana não produziu praticamente nada.

No futuro vou ter de verificar como aumentar a produção. Alguns companheiros de apicultura dizem-me que se deixar entrar alguma claridade elas produzem muito mais.
Vamos avaliar ao longo do tempo.

Por hoje é tudo.
Obrigado por consultar o meu blog e volte sempre. 


terça-feira, 30 de junho de 2020

Cresta 2020

A cresta de 2020 já leva dois fins de semana. Os procedimentos são os habituais: levantar cedo (~4:30), tomar o pequeno almoço (regra - nunca sair de casa sem tomar o pequeno almoço; é preciso zelar pela saúde), carregar o carro com alças vazias, saca-quadros, macacão, botas, garrafa de água, uma peça de fruta, bomba de pé, não vá a roda do carro de mão estar vazia.

Chegado ao apiário é começar numa ponta e uma a uma, ir retirando alças das colmeias e enchendo o carro. 

Em termos de quantidade de mel, 2020 é um ano muito bom. As alças estão completamente cheias.
Deixo-vos imagens de uma colmeia já anteriormente evidenciada na mensagem anterior, quando a carreguei com a 3ª alça. Agora estava assim:



 Como se pode ver as meias-alças de com 8 quadros estavam completamente cheias de mel.
O mês de maio veio a jeito e houve uma grande abundância de rosmaninho e cardos. Já no mês de junho, houve como nunca tinha visto, alcachofras.
De salientar que a grande quantidade de mel crestado, também se deve à genética de grande parte das abelhas que possuo. Têm alguma agressividade mas por outro lado têm uma grande capacidade de armazenar mel.

E pronto por hoje é tudo.
Espero que goste e volte sempre. 

domingo, 10 de maio de 2020

Por agora já chega de chuva

    O tempo voa e já lá vão quase 2 anos desde a última mensagem no blog. Muito haveria para dizer, mas antes de tudo mais, quero agradecer a todos os apicultores, que durante o mês de março fizeram a dança da chuva. Resultou. Quando se pensava que iríamos ter mais um ano sem primavera, passando directamente  de uma espécie de inverno, para um longo período de verão, eis que as danças realizadas em março produziram efeito e abril veio a jeito: chuvoso e com temperaturas normais para a primavera. 
Começo agora a verificar que houve pessoal a exagerar nas danças e a chuva não pára. É preciso reverter o processo. Já chega de chuva. Agora precisamos de sol e temperaturas entre os 25 e os 30ºC e já agora com humidade durante a noite e dias sem vento.
     No que toca à apicultura propriamente dita, digno de registo é a recuperação total do efectivo. Quer desdobramentos, quer enxames apanhados, pequenos e grandes, vinga tudo. Os desdobramentos do início de março já estão com uma meia alça em cima e a puxar ceras.
Deixo-vos as imagens do apiário de Vendas Novas.
Uma parte do apiário de Vendas Novas



Outra parte do apiário de Vendas Novas
Muito trabalho para conseguir ter novamente o apiário com todo o efectivo.

Como se pode verificar os campos estão maravilhosos. É um jardim forrado a várias cores: amarelo dos dentes de leão, azul da soagem, rosa dos cardos pintassilgo. Até o rosmaninho ainda está com vigor e vem aí uma segunda vaga de flor.

Campo de soagem

Abelha a trabalhar na soagem
Nas colmeias tem sido um sobe e desce. Nas semanas mais secas e quentes aumentam. Logo a seguir diminuem e comem o que armazenaram devido à chuva e tempo frio.
Entre o sobe e desce tenho algumas que se vão aguentando e já vão na 3ª meia alça.
Colmeia a precisar de 3ª meia alça


Colmeia já com a 3ª meia alça

Gosto particularmente desta colmeia. As abelhas são de génese trabalhadora e vencedora. Depois é a alternância entre o verde e o branco das madeiras. Fica bem.

E pronto por hoje é tudo.
Espero não demorar tanto tempo sem escrever no blog.
Se gostou volte sempre.

Obrigado.



sábado, 30 de junho de 2018

Cresta 2018 - 1º dia

    Iniciei ontem, dia 29 de junho, a cresta de 2018. As colmeias estão excelentes. Há mel e abelhas por todo o lado. O apiário de Vendas Novas este ano beneficiou de 3 grandes floradas: a primeira foi a de rosmaninho no mês de abril, depois veio a soagem, na primeira parte de maio e por fim uma enorme florada de cardo pintassilgo entre o final de maio e meados de junho. Em contraste com 2017, ano em que o mel foi muito pouco, 2018 está no lado oposto: muito mel e de excelente qualidade.
Ficam as primeiras imagens da cresta e de como estão as colmeias.

Este foi o cenário com que deparei quando levantei a primeira contra tampa. 

1ª colmeia a ser crestada em 2018


1 quadro de meia alça particularmente cheio de mel

Depois de retirados os quadros verifica-se que há muita abelha nas colmeias

Mais um quadro particularmente cheio.

A 2ª colmeia estava idêntica

Depois de retiradas as meias alça as abelhas não cabem na colmeia

Vista de uma parte do apiário de Vendas Novas.
Este ano, porque as colmeias estão cheias de abelhas, com muito mel e saudáveis, vou experimentar a fazer alguns desdobramentos para ocupar alguns núcleos que ficaram vazios.

E pronto por hoje é tudo. A cresta segue nos próximos fins de semana. Muito trabalho pela frente.
Espere que goste e volte sempre.
Obrigado.