segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cresta de 2011 - 2º dia

   O domingo passado foi mais um dia de "trabalho" intenso no apiário de Vendas Novas. Como é hábito o dia começou às 04:30 e só terminou por volta das 21:00.
   Decidi terminar a cresta deste apiário:

Apiário crestado no 2º dia de cresta de 2011
 Comecei a cresta pelas colmeias mais a cima na encosta, aquelas que nesta imagem se apresentam à direita.
O procedimento é o mesmo de sempre: retirar a contra-tampa, dar fumo, etc...
Abelhas na contra-tampa da colmeia
Colmeia crestada. Alça que estava
cheia ficou vazia.












E por vezes aparecem algumas colmeias cujas abelhas fazem mel por todo o lado. Agarram os favos à contra-tampa e unem os quadros da meia-alça aos do ninho. Esta colmeias são trabalhosas e demoram muito tempo a crestar.


Alça com os quadros cheios de mel
 
Quadro cheios de mel unidos por favos, aos quadros do
ninho.
Normalmente, quando estou a crestar uma colmeia como esta, interrompo o trabalho e passo para outra. O objectivo é dar tempo para que as abelhas comam todo o mel que fica na zona onde os favos se separam, por forma a não desperdiçar muito mel, matar o menor número possível de abelhas e fazer um trabalho mais limpo.
   Registei com agrado alguns comentários à minha mensagem anterior, sobre a minha forma de crestar versus outras menos trabalhosas e mais eficazes. Suscitou-me interesse o método denominado por "escapa abelhas Porter", com o qual é necessário, pelo que entendi, introduzir entre o ninho e as alças um escapa abelhas que só permite a passagem de abelhas num sentido. Tenho dúvidas que tal método funcione numa colmeia como esta. Para se introduzir o quer que seja, entre esta alça e o ninho, tem que se matar muitas abelhas e desperdiçar muito mel ... Como é que faria perante uma colmeia como esta?
Lá no fundo, apesar  destas colmeias serem as que dão mais trabalho, são estas que dão mais gozo e das quais se farão as mestras para introduzir nos núcleos e melhorar a productividade do apiário. Ficou registada de forma positiva.
   Este ano, por questões particulares, estou a fazer a cresta demasiado tarde. Normalmente tenho a cresta terminada no final da primeira quinzena de Julho. Nessa altura o mel já está maduro e permite-me aproveitar ao máximo a floração do cardo vindima. Este ano eu atrasei-me mas a mãe Natureza não; e o cardo já aí está. Este ano particularmente abundante, vigoroso e com bastante nectar e polen.
Cardo vindima em flor. Dá nectar e polen.
A partir das 9:00 até final da manhã é uma azáfama à entrada das colmeias. Muitas trazem as patitas cheias de polen amarelo em resultado do trabalho no cardo; outras parecem não trazer nada. Penso que trazem nectar.
Outras flores ainda se vão mantendo: é o caso do gaimão, cuja flor ainda resiste.

Abelha a trabalhar na flor do gaimão
 Numa inspecção rápida a duas ou três colmeias crestadas no ínicio do mês, nas quais voltei a colocar uma alça vazia, verifiquei que os quadros já estão cheios de mel do cardo, capazes de uma nova cresta. Se o tempo vier a jeito (que não apareça chuva em Agosto e que durante a noite cai alguma humidade) a cresta de mel do cardo em Setembro pode vir a ser muito boa.
E pronto, foi assim o 2º dia de cresta de 2011:

Resultado do 2º dia de cresta de 2011
Por hoje é tudo.
Obrigado por visitar o meu blogue e comentar as minhas práticas apícolas.

sábado, 2 de julho de 2011

Cresta de 2011 - 1º dia

   Hoje iniciei a cresta de 2011. O dia começou cedo; às 04:30 já estava a pé para ir buscar o meu pai e seguirmos para Vendas Novas. Chegámos ao apiário por volta das 06:30. Inicío sempre a cresta logo ao nascer do dia, pois nesta época, devido a calor intenso, só dá para trabalhar até meio da manhã.  
  Na esperança de encontrar motivação para toda a cresta decidi-me começar pelo apiário mais pequeno, mas com maior número de alças por colmeia.
Começei por aqui:

Depois carreguei o material para junto das colmeias e iniciei a cresta propriamente dita. O material que utilizo é extremamente rudimentar: fumigador, saca quadros, faca, escova, carro de mão e uma alça vazia para ir pondo os quadros da colmeia a crestar.
Material para cresta junto à 1ª
colmeia a crestar

Retirar a contra-tampa e dar um
pouco de fumo

Retirar os quadros com o saca quadros. Retirar as abelhas
com a escova e passar para a alça vazia.
E lá foi seguindo a cresta... depois da primeira colmeia a segunda e o procedimento repete-se.
2ª colmeia que crestei. Estava bem
composta de mel.
 














Quadro com 1 kg de mel
Após a cresta das duas primeiras colmeias verifiquei logo que esta cresta não vai ser tão boa como, por exemplo, a do ano passado. Ambas as colmeias apresentavam criação na alça junto ao ninho. Tive que lhes deixar a alça com a referida criação. Em duas colmeias, das quais esperava retirar 4 alças cheias de mel, acabei por retirar só duas e mais 3 ou 4 quadros das pontas, que não apresentavam criação.
   Neste apiário uma das colmeias com 3 alças, tinha-as completamente cheias e sem criação. Fica uma imagem do ninho cheio de abelhas mas já sem as alças por cima.
Colmeia que inha 3 alças depois da cresta. Cheia de abelhas.
 Após a cresta as colmeias ficaram assim: cheias de abelhas fora da colmeia.
Colmeia após cresta com muitas abelhas na entrada.
Depois deste apiário seguiu-se outro com mais colmeias.
2º apiário que crestei
O processo foi o mesmo mas aqui deu para inspeccionar uma colmeia outra, para avaliar o grau de infestação por parte da varroa. Há diferenças significativas, com algumas colmeias completamente limpas e outras já com abelhas com as asas atrofiadas.
Quadro com criação de uma colmeia livre de varroas a
olho nú.
Por volta das 10:30, já com um calor bastante intenso, o regresso a casa. O carro ficou carregado assim:
Carro carregado com 14 meias alças razoavelmente compostas
de mel.
Em casa a cresta continua. Agora é necessário retirar o mel dos quadros e armazená-lo.
Mais uma vez o material que utilizo é rudimetar: um extrator manual, facas, balde e recipientes para colocar  a cera dos opérculos e o mel.
Bidon em aço inox para
200Kg de mel

Extrator manual e balde
para mel

As alças que resultaram deste 1º dia de cresta.
Alças retiradas no 1º dia de cresta de 2011
O trabalho segue, agora é retirar os oérculos dos quadros (película de cera que sela o mel no interior dos favos)
Quadro pronto para ser
desopérculado
Quadro a ser desopérculado


Depois de retirados os opérculos aos quadros, o mel está pronto a ser retirado dos favos com o auxílio do extrator. O mel sai dos favos por centrifugação.
3 quadros no interior do extrator. Agora é só dar à manivela.
Depois de dar à manivela o mel começa a escorrer para o balde.
Mel a sair do extrator.
Este ano, mais uma vez o mel deste apiário é bastante claro, bem apaladado e doce.

Depois do balde cheio o mel é despejado para o bidão de inox.
E foi assim. Posso agora afirmar que é um ano mediano em termos de quantidade de mel.
Obrigado por consultar o meu blogue.