terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Aprender da pior maneira - com os erros (transporte de colmeias)

    Há vários anos que transporto colmeias de um lado para o outro com sucesso relativo; morrem-me muitas mestras, em particular das colmeias mais fortes. Na memória tenho alguns casos de movimentação de enxames fortíssimos aqui de Setúbal para o apiário de Vendas Novas, em que na inspeção seguinte, passadas algumas semanas, verifiquei que o enxame estava sem abelha mestra. A última vez que isto me sucedeu, foi em julho deste ano com um enxame que apanhei perto de Grândola. Quando cheguei ao local onde estava a colmeia (núcleo de 7 quadros), para a transportar para Setúbal, deparei-me com um exame muito forte, com abelhas a cobrirem toda a parte da frente da colmeia. Esperei pelo anoitecer e coloquei uma esponja a tapar a entrada. Quando peguei na colmeia, para a movimentar verifiquei que estava pesadíssima. Tive dificuldade em transporta-la para o carro. O enxame tinha todos os indícios de estar saudável. Trouxe-o para Setúbal. Passadas 2 semanas notei que o enxame estava a enfraquecer. Abri-o e verifiquei que tinha vários alvéolos de abelha mestra. Mais uma vez estava prestes a perder uma colmeia forte. Concluí que estava a cometer algum erro no transporte das colmeias.
  Em conversa com outros apicultores, concluí que o problema é a falta de ventilação; muito possivelmente as mestas morrem por sobreaquecimento ou falta de oxigénio. Passei a transportar as colmeias com ventilação pela entrada. Desde então já transportei 5 enxames com sucesso. Ficam as imagens.
 
MÉTODO ERRADO (colmeia sem ventilação)

 

Colmeia / núcleo preparado para transporte. Sem ventilação.
Entrada tapada com esponja que dificulta a entrada de ar.
Procedimento errado.

 
 
MÉTODO CORRETO (colmeia com ventilação pela entrada)
 

Colmeia / núcleo preparado para transporte. Com ventilação
na entrada.
Entrada tapada com régua furada que permite a entrada de oxigénio.
Procedimento correto. 
 
  Para melhorar a ventilação durante o transporte de colmeias e núcleos, para além de fechar a entrada das colmeias com régua perfurada, estou pensar construir contra tampas em rede de malha de 3mm. Desta forma não vai haver qualquer problema de sobreaquecimento ou falta de oxigénio.
 
E é assim, a aprender com os erros vai-se melhorando passo a passo.
Um Bom 2014 para todos.
 




domingo, 21 de julho de 2013

Terminada a cresta segue-se o almoço da praxe

   A cresta de 2013 já lá vai. À semelhança do que fiz no ano passado, não voltei a colocar as alças por cima das colmeias para que fizessem mel do cardo vindima (embora se adivinhe um ano extraordinário deste tipo de cardo). O mel que se recolhe não compensa a perda de enxames devido à impossibilidade de os curar contra a varroa. Assim sendo, não há mais cresta em 2013.
   Como vem sendo hábito, para comemorar o final da cresta, ofereço aos participantes um almoço. Desta vez fomos até Santa Susana almoçar no restaurante Sarah. Cada um escolhe o que quer: feijoada, polvo à lagareiro, bacalhau à casa... Ficam as imagens.
Feijoada de porco preto
Polvo à lagareiro
    Desta vez a minha esposa preparou-me uma surpresa, feita e decorada por ela própria. Ofereceu-me um bolo alusivo ao momento e ao propósito do almoço. Ficam as imagens:






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Estava tudo muito bom.
E pronto foi a cresta de 2013.
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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Cresta 2013 - Depois da tempestade a bonança

   Começei no passado dia 16 de junho a cresta de 2013.
   Após um inverno chuvoso, em que foi preciso alimentar as colmeias para não morrerem de fome; um abril seco, durante o qual vaticinei um ano bera para a produção de mel, eis que a natureza retribui com um ano de abundância. Na verdade, contra todas as minhas expetativas, fui encontrar as colmeias completamente cheias de abelhas e mel. Há mel por todo o lado: entre os quadros e a contra tampa, entre os quadros e as laterais das alças... e os quadros estão completamente cheios. Ficam as imagens bem sugestivas do que tem sido a cresta de 2013.
 
Vista parcial do apiário

Vista parcial do apiário (outra)

1ª colmeia crestada. Este foi o cenário com o qual deparei
quando abri a primeira colmeia.

Todas as outras estavam iguais. Há mel por todo o lado.

As diferenças são poucas. Estão todas cheias.

Plano de pormenor do espaço entre a contra tampa e os
quadros. É só mel e abelhas.

As alças retiradas já colocadas no carro.

Mais uma alça completamete cheia de mel.

Quadro cheio de mel a ser desoperculado. Após retirar a
fina camada de cera, os quadros vão para a centrifugadora.

Vista de pormenor de um quadro. Veja-se a quantidade de
mel que fizeram para além da trave do quadro; são cerca
de 2cm para além da trave.
Por outro lado veja-se também a cor do mel, bastante claro e finissímo.
Embora nas fotos não consiga fazer passar o sabor, posso afirmar que as abelhas não se enganaram na receita e fizeram um mel bastante doce.
 
Por hoje é tudo.
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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Núcleos 2013 - Fortes e com muitas reservas.

 

   Depois de um inverno e de um início de primavera bastante chuvosos, acabámos por ter um abril seco. Tão seco, que nem durante a noite caiu margia, que habitualmente mantém a floração do rosmaninho e da soagem nesta época.
   Mas como em tudo nesta vida, se abril veio seco e prejudicial para a produção de mel, os dias de sol, quentes e sem vento foram ótimos para a fecundação de rainhas e crescimento de núcleos. Assim, a taxa de falhanços nos desdobramentos feitos, foi minima. Por esta altura todos os desdobramentos feitos no início de abril têm mestras a por e é vê-los a crescer. Ficam as imagens:
Núcleos do início de abril 2013

Núcleo de 7 quadros cheio de abelhas

Núcleo de 7 quadros cheio de abelhas

Dois núcleos de abelhas

Núcleo de 7 quadros cheio de abelhas e mel, visível na cera
branca puxada entre o 5º e o 6º quadro.
    Graças à muita chuva que caíu, o Alentejo oferece-nos paisagens verdadeiramente arrebatadoras. Ficam algumas imagens de como estão os campos perto de Alcácer do Sal.
Campo de soagem e várias plantas silvestres

Campo de soagem e outras plantas silvestres

Campo de soagem
Por hoje é tudo.
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domingo, 24 de março de 2013

Neste inverno chuvoso é preciso alimentar as abelhas

   Tenho este passatempo da apicultura à quase 30 anos e não me lembro de alguma vez ter tido necessidade de alimentar as abelhas durante o inverno para evitar que morram de fome. Na cresta nunca retiro mel do ninho; o mel que lá tiverem é todo para as abelhas se governarem durante o inverno. Com este procedimento sempre pensei estar a salvo de ter de alimentar as abelhas durante o inverno. Pois este ano a conjuntura pregou-me uma partida e tive mesmo de alimentar as abelhas do apiário de Vendas Novas para evitar que morram alguns enxames com fome. O apiário situa-se num local que é traiçoeiro para as abelhas nesta altura do ano: existem por ali muitos salgueiros que floresceram no início de fevereiro, as abelhas com essa abundância, arrancaram e encheram os ninhos de criação, mas depois não houve continuidade na floração e como tem chovido bastante e feito frio, as abelhas têm estado a comer as reservas que tinham na colmeia. O resultado são enxames a enfraquecer e muitas abelhas a morrer de fome.
   Como fui apanhado de surpresa, não tinha nada preparado para alimentar as abelhas; tive de improvisar. Vamos ver qual o resultado.
   Alimentei as abelhas com um mel escuro que tinha tirado à alguns anos e que se ia gastando em bolos ... Falei com algum apicultores que me aconselharam a alimentar as abelhas ao entardecer para evitar a pilhagem. Com o cair da noite as abelhas recolhem, a pilhagem termina e dá tempo para que as abelhas recolham o mel que coloquei nas colmeias.
   Utilizei como alimentador um saco de plástico e coloquei por cima dos quadros como mostro na imagem.

Saco de plástico com mel a servir de alimentador
Com este método tenho receio de pilhagens, de que muitas abelhas morram afogadas no mel, etc...
Coloquei também junto às colmeias alguns favos de mel cristalizado.
Mel em favo cristalizado
As abelhas lá continuaram na sua vida  e espero que passem esta noite com a barriga mais cheia.

Entrada de abelhas numa colmeia alimentada já ao cair da noite
Os campos em redor do apiário até estão bem compostos de flores, só que é tremocilha ... penso que as abelhas não retiram nada desta planta.


Campo de tremocilha em flor.
E assim está a ser 2013: frio, chuvoso, as  abelhas sem reservas e com pouca flor de onde possam extrair alimento.
 
   Quanto a enxames está tudo parado. Ainda não fiz nenhum desdobramento nem apanhei qualquer enxame. Tenho falado com outros apicultores que me dizem que está tudo parado relativamente à enxameação.
 
Por hoje é tudo.
Obrigado.



domingo, 3 de fevereiro de 2013

Cera moldada para 2013

   Hoje comecei a preparação do ano apícola 2013; comprei 35Kg de cera moldada.
   Fui a Grândola participar numa prova de atletismo, 11º grande prémio José Afonso, na extensão de 10Km e aproveitei para comprar cera moldada para este ano.
   No ano passado em finais de maio, em visita a um apicultor de Santa Susana, deparei com uma cera que me pareceu de muito boa qualidade: bastante macia, bom aroma, cor natural e com alvéolos bem definidos. Esse companheiro disse-me então, que a cera era de um senhor que a moldava em Grândola e que ele só utilizava ceras dessas. Lembro-me perfeitamente de uma expressão que utilizou para descrever a bondade da cera enquanto fixava cera em quadros de meia alça "... as abelhas até choram por isto ...". Explicou-me como era o negócio: levamos os nossos blocos de cera e trazemos a cera moldada mediante o pagamento de uma quantia por cada quilo. Hoje aproveitei a deslocação a Grândola, levei a cera que tinha e trouxe 30Kg de cera reversível mais 5Kg para meias alças.
   Aproveitei para tomar contato com o processo de moldagem (artesanal) com o qual se faz uma cera de muito boa qualidade.
 
Placas de cera prontas para moldagem
 
Máquina de moldagem
 


Tiras de cera moldada antes do corte nas várias medidas
 No regresso a casa ainda parei numa zona onde os salgueiros são abundantes. Como fez sol o dia inteiro e porque os salgueiros já estão em flor, as abelhas eram mais que muitas na recolha de pólen. Ficam as imagens:

Salgueiro em flor

Salgueiro em flor

Salgueiro em flor

Salgueiro em flor
Com os dias a crescer, os salgueiros em flor e a chegada das primeiras andorinhas, não tarda nada temos aí a primavera e com ela a época da enxameação.
 
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