quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Há dias assim...

Há dias assim... em que acordamos por cima das nuvens.
Para quem como eu, que moro desde sempre em zona de terreno pouco acidentado, acordar na montanha por cima das nuvens e com o Sol a brilhar, é no mínimo, motivo de admiração. Foi o que me aconteceu no passado dia 2 de Janeiro na Serra do Caramulo. Foi sem dúvida um espetáculo.

Uma volta pela vila do Caramulo e deparei com uma planta que só conhecia por vê-la em livros e em imitações de plástico por esta altura do Natal: azevinhos cheios de bagas vermelhas, que penso não serem a flor do arbusto mas sim sementes num estágio intermédio de maturação (se estiver a dizer algo errado alguém que me corrija). São de facto plantas muito bonitas e que se devem dar muito bem naquela zona a julgar pela sua cor e pujança.

Deparei também com a Associação de Apicultores da Serra do Caramulo. Na sede está patente uma pequena mostra de material apícola, cartazes vários com o tipo de abelhas que habitam numa colmeia, a sua função, o seu ciclo de vida, etc... e como não podia deixar de ser algum mel para venda.
Em conversa com quem habita por ali, é apicultor e faz parte da associação, fiquei a saber que o mel na serra do Caramulo é predominantemente de urze. É um mel bastante valorizado por ser um mel de serra, quase monofloral de sabor e cheiro bastante intenso e característico. Em termos de cor é um mel escuro.
O tipo de colmeia predominante é a Langstroth. A Reversível e a Lusitana são utilizadas mas em menor quantidade.
Por a serra ser fria, as abelhas arrancam mais tarde do que em zonas mais amenas, como por exemplo junto à costa. Pelo que entendi,
os apicultores que por ali levam a apicultura mais a sério, trazem colmeias para apiários junto à costa e a partir destes, fazem no ínicio da Primavera, desdobramentos de modo a aumentar o efectivo. Depois levam para a serra algumas colmeias e outras permanecem junto à costa. Destas o mel que é extraído não é tão valorizado como o mel da serra.
Pelo que entendi, também por ali, em 2010, o mel não chegou para as encomendas. Penso que foi um pouco assim por todo o lado.
Na descida da serra encontrei mais algumas belezas naturais que registei com agrado e alguma surpresa.
O rio Águeda a correr com águas cristalinas.
Mimosas em flor, a 2 de Janeiro de 2011 na serra fria (pareceu-me estranho). Aqui na região de Setúbal só vamos ver isto em finais de Janeiro.
Foi um excelente dia de contacto com a natureza. Algo de que todos os apicultores gostam.

Até breve. (hoje já não vou dizer qual o próximo tema para não voltar a errar)

Obrigado por consultar o meu blogue.

4 comentários:

  1. Muito obrigado.
    Não sabia que se chamavam mimosas!
    Só nao sei se as abelhas gostam delas..é que aqui na zona (30km a norte de Lisboa) existem algumas completamente amarelinhas de flores!
    Afonso tedigoto@sapo.pt

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  2. Afonso,
    nunca vi uma abelha a trabalhar nas flores da mimosa. Diria que o interesse apícola da mimosa é nulo. É uma planta vistosa nesta altura do ano, de aroma agradável e o prenúncio de que já falta pouco para a Primavera.

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  3. Caro Joaquim,li com agrado o conteudo do se blog,dou-lhe os meus parabens pelo excelente trabalho que tem desenvolvido nesta area. Jaime Antonio

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  4. Sr. Jaime,
    obrigado por ter acedido ao meu blog e pelo comentário. Também o Sr. Jaime pode fazer um blog sobre pesca no estuário do Sado e do Tejo. Pelo que tenho falado com o Luis tem matéria para o fazer. É fácil, engraçado e sempre dá para aprender qualquer coisa.
    Joaquim Santos

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