Para quem como eu, que moro desde sempre em zona de terreno pouco acidentado, acordar na montanha por cima das nuvens e com o Sol a brilhar, é no mínimo, motivo de admiração. Foi o que me aconteceu no passado dia 2 de Janeiro na Serra do Caramulo. Foi sem dúvida um espetáculo.
Uma volta pela vila do Caramulo e deparei com uma planta que só conhecia por vê-la em livros e em imitações de plástico por esta altura do Natal: azevinhos cheios de bagas vermelhas, que penso não serem a flor do arbusto mas sim sementes num estágio intermédio de maturação (se estiver a dizer algo errado alguém que me corrija). São de facto plantas muito bonitas e que se devem dar muito bem naquela zona a julgar pela sua cor e pujança.
Deparei também com a Associação de Apicultores da Serra do Caramulo. Na sede está patente uma pequena mostra de material apícola, cartazes vários com o tipo de abelhas que habitam numa colmeia, a sua função, o seu ciclo de vida, etc... e como não podia deixar de ser algum mel para venda.
Em conversa com quem habita por ali, é apicultor e faz parte da associação, fiquei a saber que o mel na serra do Caramulo é predominantemente de urze. É um mel bastante valorizado por ser um mel de serra, quase monofloral de sabor e cheiro bastante intenso e característico. Em termos de cor é um mel escuro.
O tipo de colmeia predominante é a Langstroth. A Reversível e a Lusitana são utilizadas mas em menor quantidade.
Por a serra ser fria, as abelhas arrancam mais tarde do que em zonas mais amenas, como por exemplo junto à costa. Pelo que entendi,
os apicultores que por ali levam a apicultura mais a sério, trazem colmeias para apiários junto à costa e a partir destes, fazem no ínicio da Primavera, desdobramentos de modo a aumentar o efectivo. Depois levam para a serra algumas colmeias e outras permanecem junto à costa. Destas o mel que é extraído não é tão valorizado como o mel da serra.
Pelo que entendi, também por ali, em 2010, o mel não chegou para as encomendas. Penso que foi um pouco assim por todo o lado.
Na descida da serra encontrei mais algumas belezas naturais que registei com agrado e alguma surpresa.
O rio Águeda a correr com águas cristalinas.
Mimosas em flor, a 2 de Janeiro de 2011 na serra fria (pareceu-me estranho). Aqui na região de Setúbal só vamos ver isto em finais de Janeiro.
Foi um excelente dia de contacto com a natureza. Algo de que todos os apicultores gostam.
Até breve. (hoje já não vou dizer qual o próximo tema para não voltar a errar)
Obrigado por consultar o meu blogue.
Muito obrigado.
ResponderEliminarNão sabia que se chamavam mimosas!
Só nao sei se as abelhas gostam delas..é que aqui na zona (30km a norte de Lisboa) existem algumas completamente amarelinhas de flores!
Afonso tedigoto@sapo.pt
Afonso,
ResponderEliminarnunca vi uma abelha a trabalhar nas flores da mimosa. Diria que o interesse apícola da mimosa é nulo. É uma planta vistosa nesta altura do ano, de aroma agradável e o prenúncio de que já falta pouco para a Primavera.
Caro Joaquim,li com agrado o conteudo do se blog,dou-lhe os meus parabens pelo excelente trabalho que tem desenvolvido nesta area. Jaime Antonio
ResponderEliminarSr. Jaime,
ResponderEliminarobrigado por ter acedido ao meu blog e pelo comentário. Também o Sr. Jaime pode fazer um blog sobre pesca no estuário do Sado e do Tejo. Pelo que tenho falado com o Luis tem matéria para o fazer. É fácil, engraçado e sempre dá para aprender qualquer coisa.
Joaquim Santos